terça-feira, 31 de maio de 2011

Viajando na maionese

Gente,
Hoje levantei com um super bom humor, mas ao longo do dia fui ficando frustrada e deprimida com o tanto de coisa que eu deveria fazer. Eis que do nada me vem a idéia da postagem de hoje: ALIMENTOS E HUMOR. Será que realmente existe uma relação entre o que comemos e o que sentimos? EU, particularmente acredito que sim! Este assunto é bem interessante, descobri, inclusive, que a Grã-Bretanha, por exemplo, há o Food and Mood Institute, ou Instituto da Comida e Humor, na tradução literal, que, por meio de pesquisas, soma dados e dados a respeito da influência da dieta nos ânimos. G-E-N-I-A-L!!!!
No Brasil, também temos estudiosos do caso, como a neurocientista Patrícia Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina. Ela afirma que não há duvidas sobre a interferência daquilo que comemos nas variações de humor.
Ingredientes vindos do prato são capazes de modular a fabricação de neurotransmissores. Essa palavra esquisita refere-se a um grupo de substâncias químicas responsáveis pela comunicação das células no nosso cérebro. Para que você se sinta feliz, disposto e tranqüilo, é fundamental que esse grupo desempenhe bem o seu papel e esteja em níveis adequados na massa cinzenta. E são três os principais envolvidos com o alto-astral: serotonina, dopamina e noradrenalina. O primeiro é derivado do triptofano e os dois últimos são produzidos com a ajuda da tirosina (de acordo com o Professor Ivan de Araújo, que trabalha com neurociências na Universidade de Yale, nos Estados Unidos).
Pois bem, o desconhecido triptofano pode ser encontrado em alimentos como o grão-de-bico, a ervilha e os feijões. Carnes, peixes, ovos, leite e seus derivados também são fornecedores dessa substancia de nome esquisitinho. Dietas recheadas com essas opções garantem serotonina e o resultado é uma tendência bioquímica a se sentir feliz.
E a tal de tirosina? Ela também é um aminoácido, ou seja, um pedaço de proteína. E é encontrada na turma mencionada acima. Mas sua relação é bem mais estreita com a dupla dopamina e noradrenalina, que controla as suas reações a estímulos de conteúdo emocional enfim, como vai encarar os sorrisos e as caras feias dos outros no cotidiano, por exemplo.
Mas a receita para a felicidade não se resume em proteína + proteína + proteína. Alguém já parou para reparar como são mal-humorados aqueles que fogem de massas, pães, batatas e arroz? Esta listinha, para muitos se liga a típica frase “ai meu deus, engorda!!!!”, mas na verdade são fundamentais para o funcionamento do cérebro. Alimentos ricos em carboidrato promovem aumento nas taxas de insulina. Esse aumento de insulina provoca uma maior captação de aminoácidos que estão competindo com o triptofano para entrar no cérebro. Como o rival esta derrotado, essa substancia consegue ocupar maior espaço no cérebro e elevando a produção de serotonina e melhorando o humor.
Aaahhh, e para aqueles que reclamam que carboidrato engorda, vale investir no grupo dos cereais integrais, que de quebra oferecem pitadas extras de cromo, mineral que aparece em estudos como outro aliado da disposição. Já perceberam que muitos estudiosos de dietas (nutricionistas, nutrólogos, etc) aconselham o consumo deste tipo de cereal pela manhã? O que acontece é que quando saltamos da cama, bem cedinho, nossa cabeça precisa repor seu estoque de açúcar. A hipoglicemia (a falta de glicose no sangue) sinaliza uma ameaça ao funcionamento normal do cérebro, o que gera reações como a ansiedade. Está aí a explicação para aquele tremendo mau humor matinal.
Mais um toque, nosso organismo não se alimenta só de glicose, ele necessita que todos os nutrientes estejam de bem equilibrados. As doses de vitaminas B também precisam estar em dia para quem não pretende viver ranzinza. O maior destaque dessas vitaminas vai para o ácido fólico, que aparece em vegetais como os brócolis, o cogumelo, o tomate e a rúcula. Esta substância interage com a serotonina e com a noradrenalina transformando-se em um super combatente contra o desânimo.
Na mesma família das vitamina, encontra-se a B6 que é essencial para o aproveitamento dos carboidratos e na condução dos impulsos nervosos. O milho e a banana são ótimas fontes desse tipo de vitamina. Ainda no grupinho das vitaminas B, devemos destacar a a B12. Sua deficiência está relacionada com a depressão, e estudos mostram que a reposição é capaz de reverter esse quadro. Quem não quer ficar em baixa com o nutriente deve incluir no cardápio ostras e mariscos, além da carne vermelha magra. Aliás, o bife entrega de bandeja o ferro, e assim os glóbulos vermelhos cumprem bem o papel de levar oxigênio a todos os tecidos do organismo, o que de certa maneira contribui para o bom ânimo. Por ultimo, ainda na mesma panelinha das vitaminas B, devo mencionar a vitamina B1. Chamado de tiamina, o nutriente aparece na carne de porco, no pistache e no caju e é essencial na síntese de neurotransmissores relacionados ao bem-estar, além de participar da conversão de glicose em energia. Quando está em falta, sobra nervosismo, fica a dica ;)
Não podemos esquecer ainda o grupo dos Minerais. Acreditem que beliscar sementes de abóbora é uma forma de combater o mau humor. É que elas são campeãs em magnésio, substância de grande importância para o aproveitamento da energia, que enche as células cerebrais de vigor. E fornecem pitadas de potássio, outro nutriente que contribui para afastar a fadiga.
A família das oleaginosas é uma super fonte de magnésio, isto é, em amêndoas, nozes, amendoins e castanhas é possível se encontrar essa substância. Além do magnésio, essas pequenas oferecem cobre, que entre as principais funções está a formação das moléculas de ATP, o combustível celular. Também se une a enzimas responsáveis pelo transporte de ferro. Por essa razão, quando o nutriente está em falta, lá vem à apatia.
Destas oleaginosas devemos ainda mencionar, além da fonte de magnésio e cobre, o fato de que são ótimas fontes de selênio, especialmente a castanha-do-brasil, que antigamente a gente chamava de castanha-do-pará. Vários estudos demonstram que a deficiência de selênio tende a ser mais comum em pessoas sem a menor alegria. Ademais, este mineral tem também uma potente ação antioxidante.
Quando estamos muito estressados, nosso organismo fica mais vulnerável ao ataque dos radicais livres, aquelas moléculas que danificam as estruturas celulares e podem desencadear um monte de problemas. Além de comer as castanhas cheias de selênio, invista em frutas que concentram substâncias que combatem os radicais, esses tipinhos sem a menor graça.

Depois disso tudo, vou ali comprar uma barrinha de chocolate com avelã ou castanha para dar um UP na moral, hehehe

Beijos a todos,
Gabi


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